sexta-feira, 19 de julho de 2013

Garoto negro assassinado 'poderia ter sido eu, 35 anos atrás', diz Obama

O presidente dos EUA, Barack Obama, discursa nesta sexta-feira (19) na Casa Branca (Foto: AFP)
O presidente dos EUA, Barack Obama, discursa nesta sexta-feira (19) na Casa Branca (Foto: AFP)
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (19) que o garoto Trayvon Martin, assassinado em um crime que gerou controvérsia no país, "poderia ter sido eu, 35 anos atrás".
Obama, primeiro presidente negro do país, pediu que os americanos revisem suas atitudes em relação à questão racial.
O democrata afirmou que a nação precisa descobrir meios de avançar, após o caso do tiroteio na Flória.
Ele também disse que pode ter chegado a hora de revisar as legislações locais a respeito da "legítima defesa", questionando-se se eleas contribuem "para o tipo de paz, segurança e ordem que gostaríamos de ter".
"Creio que seria útil para nós examinar certas leis locais, caso elas tenham sido elaboradas de maneira a estimular o tipo de confrontos e tragédias que temos visto na Flórida", disse.
Obama destacou a "incrível dignidade" dos pais de Martin e pediu que a "desconfiança" entre os negros e a polícia seja reduzida.
Adotando um tom pessoal e pausado, o democrata disse que não podia imaginar pelo que passaram os pais do jovem, mas também considerou que o julgamento de Zimmerman foi justo e que o veredicto havia sido pronunciado por um júri soberano.
"Quando o júri se pronuncia, é aí que funciona o nosso sistema", destacou. Mas "quando Trayvon Martin foi abatido, eu disse que podia ter sido meu filho. Outra forma de dizer isso é que, há 35 anos, eu poderia ter sido Trayvon Martin", afirmou Obama.
"A comunidade afroamericana percebe estes casos através de um conjunto de experiências, e de uma história que não desaparece. Poucos homens afroamericanos não viveram a experiência de ser seguidos (por vigias) em um centro comercial onde estavam fazendo compras. Este foi o meu caso", contou.
"A comunidade afroamericana sabe também que existe uma história de desequilíbrios raciais na aplicação de nossas leis penais e isso acaba tendo um impacto em como interpretam os casos."
O presidente afirmou que é "compreensível que tenha havido manifestações e vigílias, se continuarem sendo sem violência. Se houver violência, gostaria de lembrar que isso desonrará o que ocorreu com Trayvon Martin e sua família".
Obama pediu que as pessoas encontrem uma forma de "reduzir a espécie de desconfiança em relação ao sistema" que existe entre alguns afroamericanos e a polícia.
Foram os primeiros comentários mais detalhados de Obama sobre o caso de Martin, desde que o vigilante voluntário George Zimmerman foi absolvido, no final de semana passado, de acusações no caso da morte do rapaz, ocorrida no ano passado.
Os jurados avaliaram que Zimmerman estava agindo em legítima defesa quando atirou no adolescente negro desarmado.
fonte:http://g1.globo.com

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