quinta-feira, 18 de julho de 2013

Os gêmeos siameses que nasceram ligados pelo abdômen, no Recife, poderão ser separados

Os gêmeos siameses que nasceram ligados pelo abdômen, no Recife, poderão ser separados, mas ainda não há data para a cirurgia acontecer. Segundo os médicos que estão acompanhando Davi e Saulo no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), eles receberão um expansor de pele que vai prepará-los para o procedimento definitivo de separação. A confirmação da técnica foi dada ontem, quando as crianças passaram por exames no hospital. Agora, os médicos aguardam apenas a chegada do equipamento que está em falta no mercado nacional para agendar a operação.

Na consulta de ontem, na Clínica de Cirurgia Plástica do Imip, os gêmeos foram medidos para poderem receber os expansores de pele mais adequados. De acordo com o cirurgião plástico Rui Pereira, que se pronunciou através de nota, deverão ser implantados quatro expansores nos bebês, sendo dois de cada lado. Para colocá-los, será feita uma cirurgia de pequeno porte, mas que precisa de anestesia geral, com duração prevista de duas horas. Depois disso, os bebês têm que esperar de dois a três meses para poderem fazer a separação. Desde o início do ano, os expansores estão em falta no mercado brasileiro e, por isso, os médicos não deram previsão de quando o implante será realizado.

Davi e Saulo nasceram no dia 13 de maio no próprio Imip. Quando estava no quinto mês de gravidez, a mãe Karine Ramos de Medeiros, 26 anos, descobriu que os filhos estavam agarrados pela barriga. Somente quando nasceram é que os médicos identificaram que os siameses dividiam o mesmo fígado. Outras alterações orgânicas, caso existam, só poderão ser verificadas no momento da cirurgia para separação dos corpos.

Como vivem “abraçados”, a vida de Davi e Saulo, que têm dois meses, é repleta de limitações. Por não conseguirem mamar, tomam leite industrializado na mamadeira. A mãe também precisa de ajuda de outro adulto para dar banho nos dois e até remédios comuns para crianças, como os para febre, não podem ser administrados por conta da sensibilidade do fígado. Karine tem mais dois filhos que moram com ela. Zeus, 1 ano, e João Victor, 4, também tem problemas de má formação genética. Ela e o marido, Wilton Carlos Silva de Souza, 30, estão desempregados e a família, que vive num casebre alugado no Alto de Santa Terezinha, Zona Norte do Recife, precisa de doações para manter os filhos. Eles necessitam de fórmula NAN 1, fraldas, roupinhas e produtos de higiene pessoal. Cestas básicas e leite para os irmãos mais velhos também são bem-vindas. Quem quiser ajudar a família pode entrar em contato pelos telefones 8320-0659 e 8530-1202.

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